Segundo um trabalho publicado na Gastroenterology, a administração de propofol guiada por um endoscopista é segura.
“Dissipamos totalmente o mito de que somente os anestesistas podem utilizar seguramente o propofol para a sedação em procedimentos”, o Dr. Douglas K. Rex, do Indiana University Medical Center, em Indianápolis, contou à Reuters Health por e-mail.
“Todavia, de forma alguma eu pretendo criar a percepção de que a droga não possui riscos significativos ou que não seja necessário um treinamento específico para o seu uso. Todos os agentes usados na sedação possuem riscos e, antes de serem utilizados, devem ser compreendidos em detalhes”.
O Dr. Rex e seus colaboradores reuniram dados, oriundos de ensaios publicados e de bases de dados prospectivas de 28 centros no mundo todo, sobre 646.080 procedimentos realizados sob anestesia com propofol administrada por endoscopistas. Em 11 casos, foi necessária intubação endotraqueal. Em 4 destes, os pacientes faleceram.
Todas as quatro mortes ocorreram em pacientes ASA III ou mais, submetidos a procedimentos médicos não rotineiros, e 3 sofriam sérias doenças subjacentes.
Nenhum paciente desenvolveu sequelas neurológicas permanentes, embora um paciente tenha apresentado convulsão tônico-clônica e outro um ataque isquêmico transitório.
Utilizando análises aproximadas, os autores calcularam que a convocação de um anestesista (U$ 286 por paciente) adicionaria mais de U$ 184 milhões aos gastos com os 646.080 procedimentos. Eles estimaram, posteriormente, que a adição dos especialistas salvaria 35,08 anos de vida, a um custo estimado de U$ 5,3 milhões por vida/ano salvo.
Para que os serviços dos anestesistas sejam custo-efetivos, dizem eles, o gasto não poderia ser superior a U$ 5,40 por procedimento.
“Se eu disponho de enfermeiras treinadas e registradas, administrando propofol sob minhas orientações, o paciente e a seguradora não têm este custo adicional, visto que meus honorários profissionais para a realização da endoscopia incluem o pagamento para a administração da sedação e este pagamento não distingue quais drogas eu uso”, explicou o Dr. Rex.
“Quando um anestesista é incorporado ao procedimento, temos um gasto inteiramente novo somado aos custos da realização do procedimento, devido à anestesia monitorada (Monitored Anesthesia Care – MAC). A MAC aumenta os custos sem qualquer aumento demonstrado em seu valor e, em procedimentos endoscópicos de rotina, é sem dúvidas o serviço médico mais supervalorizado na medicina norte-americana”.
Um comentário:
Este autor deveria estudar se a endoscopia não poderia ser feita por qualquer médico bem treinado também. Quem sabe o anestesista não faria a endoscopia com a mesma qualidade e sem precisar cobrar pela sedação!
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